1. Prólogo.
A chuva batia na janela e conseqüentemente o acordou. O céu não estava azul e o clima não era o único que não o convidava para a vida, porque esta definitivamente não era como canela – tão doce.
Sinceramente ele não conseguia se lembrar da última vez que a vida fora doce. Desde o suposto incidente ele não conseguia ver beleza em nada, afinal tudo era um imenso ponto de interrogação.
A chuva o acordou, ele olhou para o relógio que marcava cinco da manhã. As oito ele tinha sua consulta com o Dr. Bunin, o fato de este ser russo não se sabia dizer de ajudava muito.
Acabou levantando, foi ao banheiro e se olhou no pequeno e sujo espelho. Olhando-se, de súbito, veio a memória do sonho.
Raramente conseguia se lembrar dos sonhos que tinha, porém ultimamente o mesmo sonho o perseguia.
Este que por sua vez era muito peculiar não significava nada.
Tudo começava com uma escuridão atípica, mas essa escuridão parecia palpável. Então ele começa a cavar por ela, com ânsia e tormento. Na sua cabeça um grito de mulher o domina, ele olha pela escuridão e um feixe de luz ilumina um homem sem face, coberto de sangue.
A partir desse instante ele não se lembra mais de nada.
Olhando-se no espelho percebe que quarenta minutos se passaram nesse pequeno devaneio.
O telefone toca. É sua mãe:
- Meu filho, seus novos documentos chegaram.
- Ok mãe, vou buscá-los.
- Venha, John.POSTED BY Karina ON terça-feira, 29 de dezembro de 2009 @ 00:45